domingo, 24 de novembro de 2013

Moto G, o melhor smartphone barato do mercado

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Na semana passada, a Motorola realizou um evento em São Paulo para revelar ao mundo mais um smartphone da era Google. O Moto G não impressiona por ter um processador poderoso, uma tela com definição absurdamente alta ou funcionalidades inovadoras, mas chamou a atenção por um fator muito importante: o preço.
Lançado no Brasil com preço sugerido de 649 reais, o Moto G promete ser um smartphone acessível sem comprometer a experiência de uso. Com processador quad-core de 1,2 GHz, tela de 4,5 polegadas com resolução de 1280×720 pixels, 1 GB de RAM e um Android livre de inutilidades, ele se posiciona como uma boa opção para quem não quer gastar muito.
Como o Moto G se comporta na prática? O desempenho é bom? A bateria dá conta do recado? O que a Motorola precisou deixar de lado para torná-lo mais barato que o irmão Moto X? A câmera tira boas fotos? Durante mais de uma semana, usei o Moto G como meu smartphone principal e nos próximos parágrafos você confere todos os detalhes.

Design e pegada

O Moto G é visualmente muito parecido com o Moto X. As principais características de design do irmão maior também estão presentes no Moto G, incluindo a curvatura na traseira, um pequeno detalhe que faz o aparelho se adaptar melhor ao formato das mãos e melhora substancialmente a pegada. Combinado com a largura de apenas 65,9 mm, o aparelho ficou bem confortável de segurar.
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Há algumas diferenças sutis em relação ao Moto X. O Moto G é mais espesso, a curvatura na traseira é menos acentuada, o peso é um pouquinho maior e a tampa traseira é removível, apesar deste detalhe ser mais estético que funcional: não há bateria removível ou entrada para cartão de memória, então você só terá acesso aos slots para os chips da operadora. Uma edição especial, chamada Colors Edition, inclui quatro capas coloridas.
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A tampa traseira é encaixada firmemente no aparelho, o que causa boa impressão sobre a construção, mas dificulta a remoção, pelo menos nas primeiras tentativas. É necessário forçar a retirada a partir do pequeno buraco da porta Micro USB e, como há muitas travinhas na capa, talvez você tenha alguns dedos machucados ou unhas destruídas antes de conseguir pegar o jeito da coisa. De qualquer forma, não é algo que você fará constantemente.
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Outro detalhe sobre a traseira é que a Motorola decidiu não colocar nenhuma textura: ela é totalmente lisa e virou um ímã de impressões digitais e suor das mãos. No fim do dia, o Moto G certamente ficará com sujeira visível, especialmente se você usar a tampa padrão, na cor preta, que parece ressaltar o problema. E nem adianta esfregar na camiseta, porque as manchas permanecerão visíveis. É bom arranjar um paninho úmido.
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Assim como nos aparelhos mais recentes da Motorola, não há botões físicos na parte frontal: eles são exibidos pelo sistema, diretamente na tela de 4,5 polegadas. Também na frente, estão o alto-falante, o LED de notificações e uma câmera de 1,3 MP para chamadas em vídeo, que não surpreende pela qualidade.
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Na lateral direita estão o controle de volume e o botão liga/desliga. Não há botão dedicado para a câmera. O conector Micro USB e o microfone ficam na parte inferior. Centralizada no topo está a entrada para fones de ouvido de 3,5 mm. A traseira abriga a lente da câmera de 5 MP, o flash LED e o alto-falante, que consegue emitir som alto e sem distorções.

Tela

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Durante o evento de lançamento, a Motorola fez questão de destacar a qualidade da tela do Moto G. A empresa chegou a citar que o visor do Moto G possui tamanho, resolução e definição maiores que o display do iPhone 5s, um smartphone que custa mais que o triplo do preço. São 4,5 polegadas, 1280×720 pixels e 329 ppi, contra 4 polegadas, 1136×640 pixels e 326 ppi da tela Retina dos iPhones mais novos.
A verdade é que esses informações apenas revelam a densidade de pixels, não a qualidade da tela. Como vimos na tela decepcionante do Xperia Z1, não podemos opinar sobre um display apenas pelos números da ficha de especificações. Mas mesmo fazendo uma avaliação mais profunda, dá para dizer que a tela do Moto G é muito boa, ainda mais considerando seu preço: ninguém, apenas olhando a tela, apostaria que ela equipa um aparelho de 649 reais.
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A tela do Moto G possui excelente definição, boa visualização sob a luz do sol e ótimas relações de brilho e contraste. Os pretos não são tão profundos quanto em uma tela AMOLED, mas são satisfatórios. E as cores também não são muito saturadas, mas aqui trata-se apenas de uma questão de gosto: ultimamente, tenho preferido as cores mais naturais do LCD em vez dos tons mais vibrantes (às vezes em excesso) do AMOLED.
O ângulo de visão é ótimo, apesar da Motorola não informar nos materiais de divulgação que o Moto G possui um painel IPS. Não há variações de cores notáveis ao inclinar o aparelho, um problema que inexplicavelmente existe em smartphones lançados no Brasil pelo triplo do preço. A proteção Gorilla Glass 3 é um bom adicional para um smartphone da categoria do Moto G.
Em relação ao RAZR D3, antecessor do Moto G que foi lançado no primeiro semestre do ano por um preço ligeiramente maior no Brasil (799 reais), não há nem comparação quanto a qualidade da tela: o segundo possui um visor significativamente superior.

Software e multimídia

O Android 4.3 do Moto G é praticamente puro, não trazendo quase nenhuma modificação em relação ao Android original. A mudança mais visível está na barra inferior de botões, que ficou translúcida. De resto, o Moto G possui um Android muito semelhante ao dos Nexus. Trata-se de mudança drástica de postura em relação aos velhos tempos da Motorola, que enchia os aparelhos de inutilidades, incluindo a pesada e odiada interface Motoblur.
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Há poucos aplicativos adicionais pré-instalados em relação ao pacote original do Android. São apenas cinco:
  • Assist: silencia o aparelho enquanto você estiver dormindo e pode enviar mensagens de texto automáticas para quem ligar para o seu celular enquanto você estiver numa reunião;
  • BR Apps: lista os aplicativos nacionais exigidos pelo governo brasileiro aos smartphones beneficiados pela desoneração de impostos;
  • Migração Motorola: importa contatos, mensagens de texto, histórico de ligações, configurações e arquivos de mídia de outro smartphone;
  • Moto Care: mostra perguntas e respostas sobre o aparelho e permite que você entre em contato com o suporte, inclusive por bate-papo;
  • QuickOffice: editor de textos, planilhas e apresentações de propriedade do Google. Funciona como gerenciador de arquivos e possui integração com o Google Drive.
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Paulo Higa
23/11/2013 às 02h23



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